As condições ambientais que ocorrem no início da vida podem influenciar profundamente a biologia humana e a saúde do adulto. A nutrição tem influência em curto e longo prazo na saúde física, no desenvolvimento cognitivo, no desempenho escolar, na reprodução materna e também na produtividade econômica de uma população com impacto no capital humano.

Essa evidência contribuiu para o crescente consenso científico de que a desnutrição infantil é uma alta prioridade para reduzir a carga global de doenças e para fomentar desenvolvimento econômico e social2,3. A revista Lancet publicou em 2007, 2011 e 2016 três séries especiais que tratam da saúde materno-infantil e de seu impacto na saúde individual e coletiva4-7.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), com apoio do Banco Mundial e de outras agências público-privadas, tem alertado sobre a importância de ações com foco no desenvolvimento integral e integrado, incluindo: saúde, nutrição, afeto, ambiente seguro, proteção e oportunidades de aprendizagem8.

O conjunto de ações ligadas à promoção da ótima nutrição nos primeiros anos de vida possui influência e amplo impacto em diversos fatores ligados à saúde das crianças, como estatura e perímetro cefálico, desenvolvimento de habilidades cognitivas e da função imune7,9.

Dessa forma, a alimentação e nutrição das crianças deve ocupar espaço e importância primordiais na atuação dos profissionais de saúde ligados à pediatria, uma vez que possui impacto profundo e amplo em crianças, estejam elas enfrentando desafios de crescimento ou não. Assim, esse guia tem como objetivo orientar o manejo nutricional nos lactentes e crianças em faltering growth a fim de auxiliar na identificação e na intervenção clínica e nutricional precoce, auxiliando desta forma a prevenção da mánutrição na infância.

15/08/2024